

Este conteúdo é uma adaptação do webinar realizado em outubro por Conexa & Zenklub.

Participação

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Gabrielle Teco (Gabi)
Jornalista e comunicadora.

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Mariana Melo
Especialista em gerontologia e comunicação do envelhecimento.

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Iza Dezon
Pesquisadora de tendências; co-autora de estudos que questionam “gerações” como categoria rígida.

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Amanda Ferreira
Psicóloga; supervisora dos programas de saúde mental da Conexa.
A conversa começa com um ajuste de lente.
Em vez de “geração X ou Z”, olhamos etapas de vida e contextos de carreira, porque é ali que o estresse se manifesta: início sob pressão e pertencimento, “sanduíche” de cuidados com filhos e pais, transições de saúde e propósito.
Quando trocamos pessoas por rótulos, perdemos de vista desenho de trabalho, comunicação, autonomia e carga, os verdadeiros determinantes.

"Eu não aguentava mais briefing sobre ‘geração Z’. É conveniente, mas não é suficiente."
Iza Dezon
Esse deslocamento abre espaço para decisões melhores: menos julgamento apressado, mais leitura do ambiente, mais foco no que a empresa controla.
No achado central do estudo que Iza foi co-autora, há forças comuns a todas as idades: identidade, bem-estar, crescimento, laços afetivos e comunidade. O que muda são “traduções” e discursos, não necessidades humanas de base.

"A descoberta mais interessante do estudo [...] foi encontrar cinco temas estruturantes que estão conectando todas as gerações."
Iza Dezon
Vivemos mais e de modos muito diferentes. Envelhecer trabalhando deixou de ser sinônimo de declínio; é plural, individual e diverso.

"Depois dos cinquenta tem mais cinquenta. Estamos inventando um jeito novo de envelhecer: plural, individual e diverso, biopsicossocial."
Mariana Melo
Em paralelo, a NR-1 atualizou o “dever de casa”: riscos psicossociais entram no mesmo mapa dos demais riscos. Isso exige método, responsáveis e indicadores.
A discussão sai do “gostar” e entra no necessário com impacto direto em saúde, segurança jurídica e resultado.

"Cultura são histórias e palavras. Até um anúncio de vaga sem ‘jovens talentos’ já muda o jogo."
Mariana Melo
Contexto vem antes de protocolo. Rótulos não são neutros; eles afetam percepção, decisões e saúde.

"Rótulos não são etiquetas inofensivas; eles chegam no corpo e na mente, e têm custo para as pessoas."
Amanda Ferreira
Na rotina, preste atenção a:
Nota necessária: cuidado com a “romantização da ansiedade” como sinal de engajamento. Ela não é medalha; é risco.

"A gente romantizou a ansiedade: se você não está ansioso, parece que não está no jogo. Isso é nocivo."
Amanda Ferreira
Liderar não é diagnosticar. É observar, acolher e encaminhar para os canais formais, reduzindo conflitos improdutivos e o peso sobre o indivíduo.
Como conduzir a conversa (processo simples:
Canais e quando usar:

"Colaboradores têm hoje um pavio mais curto para abuso; falam mais e têm meios para denunciar. Isso é positivo."
Iza Dezon
Intenção não vira resultado sozinha. É preciso desenhar a jornada ponta a ponta, reduzir tempos de resposta e garantir seguimento entre assistência, educação e gestão. Sem coordenação, ações se fragmentam e as pessoas desistem.
Jornada clara, do primeiro sinal ao retorno:
Para o tema sair da live e entrar na rotina, crie encaixes que se repetem e amadurecem.
Roteiro mínimo de governança:

“Pessoas infelizes trabalham mal. A pessoa precisa estar bem para entregar bem — simples assim.”
Iza Dezon
Você mapeia estressores por etapa de vida e contexto?
Lideranças sabem acolher e direcionar para os canais formais?
A NR-1 está ativa com diagnóstico e plano de ação vivo?
Você acompanha engajamento, desfechos e impacto no ZenManager?
Há cadência de governança para transformar casos em melhoria contínua?
Se alguma resposta for “não”, é hora de ajustar a rota.
Objetivo: unir assistência, educação e gestão no mesmo trilho.

